quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Blue Jasmine- crítica do filme

Cate Blanchett e Woddy Allen, em uma cena do filme

O Discreto Charme da Burguesia, do diretor espanhol Luis Buñel, é uma grande ironia. Mostra a burguesia mesquinha, idiota e principalmente hipócrita. É bem engraçado. Segundo Woddy Allen, esta obra de Buñel é um dos melhores filmes da história. Lembrei-me disto, ao ver a personagem principal do novo longa-metragem de Allen, Jasmine (Cate Blanchett). Ela retrata a elite atual, que acredita ser “diferenciada”, que vive em um mundo de sonho e que faz caridade para aliviar a consciência de sua riqueza, ganha com a exploração, furto e fraude. O problema, é que com a chegada da crise, nem todos permanecem ricos e muitos vão viver o pesadelo de ser “pobre”. 



O longa-metragem, escrito e dirigido pelo cineasta Nova Yorkino, conta a história de uma rica mulher que perde tudo do dia para noite. Casada com um especulador financeiro, Jasmine vivia um sonho. Casa no campo, vestidos, anéis, casacos de pele e férias na Europa. Tudo que uma pessoa possa desejar de bens materiais, ela possuía. Infelizmente as coisas começam a mudar e ela parece viver um “pesadelo” quando seu marido Hal (Alec Baldwin) é preso por fraude, pois ela é obrigada a viver com a irmã pobre Ginger (Sally Hawkins), em São Francisco.

O filme com certeza, não é uma comédia, pois se for, Allen escreveu com grandes doses de humor negro. A trilha sonora está perfeita, toda repleta de Jazz e Blues, coisas que ele houve, pois como todos sabem, ele parou no tempo na música. O nome do filme Blue Jasmine, é uma junção da música Blue Moon, com o nome da personagem principal, Jasmine. A cidade de São Francisco ficou tão bonita, como Barcelona, afinal os dois filmes, Blue Jasmine e Vick e Cristina em Barcelona possuem o mesmo diretor de fotografia, Javier Aguirresarobe. 

A grande estrela do filme com certeza foi a atriz australiana Cate Blanchett. A atuação é merecida de Oscar (ela já ganhou o Globo de Ouro). Cate conseguiu encarnar toda a personagem que, ao perder tudo se vê sem rumo, perdida, tentando erguer o impossível para recuperar a vida que tinha. Algumas vezes a personagem parece um deus banido, não tendo mais privilégios da “imortalidade” é obrigada a sofrer com um mundo mortal. Tendo horário de trabalho, pouco dinheiro e nenhuma vida.

Diferente de outros diretores, que nos parecem piorar com a idade, Allen, aos 77 anos, nos surpreende e entre altos e baixos produz obras que nos despertam grande interesse. Uma prova disso é o bom retorno financeiro do filme, que possui uma média por cinema melhor (US$ 102 mil, por sala), que o maior sucesso de bilheteria do cineasta, Meia-Noite em Paris (US$ 99,8 mil). 

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